domingo, 18 de abril de 2021

As pausas que a vida tem : : 1

Durante um tempo, parei. 

As emoções foram a bússola do meu caminho. A paixão me tirou do eixo. Eu senti! Mudei de país, para me afastar fisicamente, de uma paixão que me adoecia emocionalmente. Viciei-me na dor. Larguei uma... corri para longe e "sem querer" agarrei outra. O que eu precisava ainda aprender, que não tinha aprendido? Ao me distanciar do que me doía, não me curava, achava que tinha me afastado do problema. "O que os olhos não vêem o coração não sente". Era assim que eu pensava, não achava que tinha um problema dentro de mim.

Me afastei de um "amor" e agarrei outro, sem perceber, ao tentar alcançar um amor, me perdi de mim.

O amor escapava das minhas mãos e eu revezava as mãos, para não deixar ele cair e quebrar. Ele era frágil demais ... mas eu não percebia.

Em 2010, há mais de 10 anos, fui para Europa. Com um objetivo na mente, melhorar meu inglês, aprender uma segunda língua e tentar entrar em algum Doutorado em Design, na Europa ou no Brasil. Tinha acabado de fazer mestrado e queria continuar estudando. Era o plano, depois de encontrar paixões que não iam para frente. Foquei apenas em mim. Um plano é um esboço 2D que fazemos do caminho que queremos percorrer. Esse caminho depois vai sendo revelado, como um pop up, em 3D na nossa frente.

Morei em Dublin, não sabia como ia ser, mas meus planos era passar 6 meses estudando inglês por lá. 

Foi quase o que aconteceu, cheguei, estudei, turistei, conheci pessoas, viajei. Em uma das viagens fui conhecer a Universidades de Aveiro e alguns professores, em Portugal. Logo depois era minha despedida em Dublin. Nessa despedida de Dublin, a 4 dias da minha volta ao Brasil, conheci um rapaz Francês. Que me fez repensar tantas coisas. Ele, 4 anos mais jovem que eu, muitos planos, falava 3 linguas. Sem ele querer, ele me motivou a traçar novos planos para mim. 

Eu sempre fui uma pessoa que aproveitava a vida. Sempre fui desplanejada. Conhecer aquele rapaz francês, fez mudar todas as minhas perguntas. 

“Eu que achava que tinha todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. 

Dei-me uma pausa... voltei ao Brasil, fiquei 1 mês e voltei à Irlanda. 

Novos planos. Nova vida. Estava tudo indo muito bem na minha vida Dublinense, trabalhando, estudando uma nova língua, a francesa. Foi quando conheci outro rapaz Francês. E mais uma vez minhas emoções foram minha bússola. Passei mais um ano e 2 meses na Irlanda e final de 2012 mudei para Paris, me matriculei em um curso de Francês e fui. Neste momento, comecei a pensar que talvez ele fosse o homem da minha vida ... eu vivia para aquele amor. Mas, ele não resistiu. Cheguei ao fundo do poço doando minha vida aquele que eu achava que era o amor da minha vida.

Mais um vez, tinha me perdido de mim. 

Entre tantas idas e vindas, em 2015, acabamos. E... imagina as voltas que o mundo dá, me reencontrei com aquele velho amor, que em 2010 tinha sido um dos motivos da minha mudança de país. Desta vez, entre idas e vindas... em 2016 assumimos o namoro que durou 3 meses. Até que eu acabei. Não queria mais. Naquele momento eu já estava com raiva de mim, falando comigo, "Ei, o que você continua sem aprender com essas suas relações, que ficam indo e vindo?" Essa dúvida ficava na minha cabeça diariamente...

Parei... 

"Podemos ir embora

E depois voltar, e 

depois ir de novo. 

É assim que chegamos 

onde estamos indo.

Tudo bem.

Vamos dar mais um passo - 

É normal e quase sempre."

Necessário.” (Melody Beattie - Codependência nunca mais)

Hoje eu entendo que é indo e voltando que chegamos em algum lugar. Sâo os passos que determinam onde estamos indo, não a velocidade deles. Nossa bússola parece instável as vezes e precisamos de pausas para ajustá-las, outras precisamos nos afastar do que causa essa instabilidade. Por algum tempo, fiquei chateada com a minha lentidão em perceber coisas mais ou menos "óbvias", hoje sei que esse tempo foi preciso para eu chegar onde cheguei. 




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