Hoje, existe uma febre de compartilhamentos ligada às redes sociais. As pessoas planejam viagens já pensando nas fotos que irão postar durante a viagem e quando voltarem da viagem. Viajar é sinônimo de cobrança por fotos. Se você não posta, parece que não viajou. Não se registra fotos para se guardar, mas sim, para serem mostradas nas redes e mais ainda, para serem curtidas.
A experiência pessoal de viajar e desbravar, ficou quase invisível por trás das lentes das cameras e das redes sociais. As pessoas não perguntam mais como foi a viagem. Elas vêem uma foto na rede social, curtem e pronto. Traduzem elas mesmas a visão da sua viagem. A comunicação está ficando escassa. Eu digo, aquela comunicação antiga... de telefonemas, de marcar pra se ver e contar as novidades ... eu digo novamente, a comunicação com voz!
Hoje, viver é fotografar! Ser curtido é estar sendo ouvido e visto. Existem novas regras e valores no mundo virtual, que na verdade eu não entendo muito bem, porque eu nunca mergulhei nele por completo. E voltando as fotos... eu concordo com o fotógrafo, estamos fotografando para esquecer.
Este texto me fez lembrar de um vídeo que assisti compartilhado nas redes sociais, onde o professor de Matemática Gustavo Reis, em uma palestra sobre Inovar na Educação fala da relação entre zero e infinito. Que muitos acham que eles são opostos, mas não, eles estão muito próximos. Cada vez que tendemos ao infinito nos aproximamos do zero.
E o fotógrafo Fábio Seixo, autor do projeto Photoland confirma esta teoria dizendo:
“Quando você fotografa muito, o excesso de imagens gera um ruído e anula qualquer possibilidade de memória por causa da quantidade. Assim, quanto maior seu arquivo pessoal, menos sentido ele faz.”
